Os Museus da Escravatura de Luanda e de Matanzas
Jornal de Angola
O historiador Simão Souindoula referiu, ontem, em Luanda, o apoio à investigação em vários domínios, os acordos de carácter cultural e actividades de promoção memorial como acções a realizar pelo projecto "A Rota dos Escravos".
Traçando os objectivos que vão nortear os planos deste projecto da UNESCO, do qual é vice-presidente, Simão Souindoula, disse, em entrevista à Angop, que Angola pode beneficiar de um programa de concessão de bolsas de estudo e de mais conexão entre o Museu da Escravatura e as várias instituições similares do espaço Atlântico, como o Museu da Escravatura de Matanzas, em Cuba.
"A conexão das nossas cidades a antigos centros da mão-de-obra cativa, como Cabinda, Soyo, Ambriz, Luanda, Massangano, Porto Amboim, Benguela e Namibe, com cidades receptoras no continente americano e no conjunto insular das Caraíbas serão outros dos benefícios do actual projecto", explicou.
Simão Souindoula indicou, ainda, como essencial para maior desenvoltura deste projecto, o financiamento de estudos sobre os sítios de turismo da memória esclavagista e a classificação dos lugares de concentração e embarque de cativos na Lista do Património Mundial.
"O nosso país, apesar de ter suportado uma história extra-esclavagista bastante significativa, não tem, incrivelmente, nenhum lugar de memória inscrito e considerado como Património Histórico da Humanidade", afirmou.
Na qualidade de vice-presidente do Comité Científico Internacional da UNESCO, o historiador adiantou que vai defender vários programas relacionados com a expansão da documentação informatizada, a investigação sobre análises inéditas e a compreensão da evolução das comunidades africanas na Diáspora, a partir das linguísticas de África sobreviventes nas regiões além Atlântico, Golfe Pérsico, Oceano Índico e Ásia.
A realização de estudos comparativos sobre algumas crenças africanas levadas para outros países, com a produção de suportes imprimidos, digitais e audiovisuais, assim como declinações nos domínios das artes plásticas, do artesanato, do teatro, da música e da dança são, também, aspectos fundamentais a serem incluídos no novo programa do projecto.
Esta instância de orientação do projecto é constituída por 20 especialistas oriundos, além de Angola, da Argentina, Brasil, Canadá, Costa Rica, Cuba, Dubai, França, Gana, Grã-Bretanha, Haiti, Jamaica, México, Ilhas Maurícias, Moçambique e Noruega.
Simão Souindoula foi nomeado vice-presidência do projecto "A Rota dos Escravos" no dia 22 de Dezembro de 2008, pelo director geral da UNESCO, o japonês Koichiro Matsuura.
in " Jornal de Angola ", 03/3/2009
Simao SOUINDOULA
Vice-Presidente do Comité Cientifico Internacional
do Projecto da UNESCO " A Rota do Escravo "
Hotel Le Méridien Président
Les Almadies
Room 345
Tel.: + 221 33 869 69 69
Pagina enviada por Simao Souindoula
(4 de marzo 2009)
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